URGENTE: Trem pega fogo no Rio de Janeiro tudo foi destruido e o pior a…Ver mais

🔥 Mistério em Chamas: Vagão Abandonado Pega Fogo em Japeri e Levanta Sinais de Alerta na Baixada

Por pouco, a tragédia não foi maior. Uma coluna espessa de fumaça negra cortava o céu de Japeri na tarde desta quarta-feira (2), anunciando algo fora do comum. Eram pouco mais de 14h quando um incêndio de grandes proporções tomou de assalto um dos vagões de trem estacionados numa área conhecida, de forma nada casual, como o “cemitério de trens” — um espaço repleto de composições antigas e abandonadas, na Baixada Fluminense.

O cenário lembrava um filme de suspense: estalos metálicos, pequenos estouros, chamas se alastrando rapidamente sobre a carcaça enferrujada de um trem esquecido pelo tempo. Moradores, alarmados, correram até o pátio ferroviário. Muitos temiam que o fogo se espalhasse para áreas residenciais ou atingisse os demais vagões deixados à própria sorte naquele terreno, onde a segurança há muito deixou de ser prioridade.

“O céu ficou escuro de repente. Era como se uma nuvem tivesse descido só aqui”, contou uma moradora que vive a poucos metros da linha férrea. Em vídeos que viralizaram nas redes sociais, é possível ouvir o som das explosões e ver a fumaça sendo levada pelo vento — um espetáculo perigoso que transformou a rotina de uma quarta-feira comum em um episódio de tensão coletiva.

A resposta rápida e a pergunta que não quer calar

Acionados com urgência, os bombeiros do quartel de Japeri chegaram minutos depois e levaram cerca de uma hora para controlar as chamas. A ação rápida evitou que o fogo se alastrasse para os demais vagões e estruturas próximas. No entanto, a cena que ficou após o combate não deixou dúvidas: a composição estava completamente destruída, carbonizada do piso ao teto.

A Polícia Civil esteve no local ainda durante os trabalhos de contenção, iniciando as primeiras investigações. O que provocou o incêndio? Essa é a pergunta que ainda ecoa entre moradores, autoridades e técnicos da Supervia, concessionária responsável pelo sistema ferroviário do Rio. Por enquanto, não se descarta nenhuma hipótese: desde um curto-circuito até ação criminosa.

A perícia técnica já está sendo conduzida, e um laudo detalhado deverá ser divulgado nos próximos dias. Por ora, o que se sabe é que o vagão incendiado fazia parte de uma frota desativada há anos — ao todo, cerca de 79 trens obsoletos estão abandonados naquele mesmo espaço, todos fora de operação e acumulando ferrugem, mato e riscos.

Uma tragédia anunciada?

Quem conhece a região não se surpreendeu com o que aconteceu. O apelido dado ao local, “cemitério de trens”, não é gratuito. Ali, centenas de toneladas de metal enferrujado repousam há tempos sem manutenção ou segurança adequada. Vidros quebrados, portas escancaradas, equipamentos expostos e acessíveis a qualquer um — inclusive a crianças e jovens que, segundo moradores, costumam brincar nas redondezas.

“Já vi menino subindo nos vagões como se fosse parquinho”, disse um comerciante local. Em meio à negligência, os vagões passaram a ser também abrigo improvisado para pessoas em situação de rua, o que aumenta exponencialmente os riscos de novos acidentes, incêndios e até tragédias com vítimas fatais.

Apesar da intensidade do fogo, não houve feridos nesta ocorrência, segundo informações oficiais. A Defesa Civil foi chamada para avaliar a estabilidade das estruturas próximas e garantiu que, por ora, não há risco de desabamento. Uma nova vistoria está programada para os próximos dias.

E agora?

Com o caso ganhando repercussão nas redes sociais e na imprensa local, cresce a pressão sobre a Supervia e o poder público para dar fim ao abandono daquela área. Especialistas alertam que a simples presença dessas composições fora de uso, somada à falta de vigilância e fiscalização, representa uma bomba-relógio para a população.

A Supervia, por sua vez, informou que uma equipe técnica está avaliando os danos e que colabora com as autoridades na investigação. Mas o fato é que, se nada for feito, o que hoje foi apenas uma tarde de susto pode se tornar, amanhã, uma manchete trágica.

Enquanto as chamas já se apagaram, as dúvidas permanecem em brasa. Quem ou o que acendeu o fogo? O que mais está queimando sob o silêncio dos trilhos abandonados?