URGENTE: Lula se manifesta após decisão dos EUA que cancelou vistos de ministros; “Não vamos ma…Ver Mais

Crise entre Brasil e EUA explode após sanção a ministros do STF – Lula reage com recado direto a Trump
Por Redação | 19 de julho de 2025
Decisão do governo norte-americano de cancelar vistos de ministros do STF eleva tensão diplomática com o Brasil. Lula fala em “intimidação inaceitável”.
O que parecia ser mais um capítulo da já desgastada relação entre Brasília e Washington tomou contornos explosivos nas primeiras horas deste sábado (19). Em um gesto que pegou até diplomatas experientes de surpresa, o governo dos Estados Unidos, agora sob a liderança de Donald Trump em seu segundo mandato, revogou os vistos de entrada de oito ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro. O motivo? Uma acusação direta de censura e abuso de poder atribuída ao ministro Alexandre de Moraes.
A decisão veio como um raio em céu nublado. Sem qualquer sinal público prévio, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou que os ministros seriam impedidos de pisar em solo americano. O motivo alegado: sua suposta responsabilidade por atos de repressão à liberdade de expressão — especialmente no que se refere ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
A resposta brasileira veio com velocidade e contundência.
Em uma nota oficial carregada de firmeza e indignação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poupou palavras ao reagir à medida. “Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”, declarou o presidente. “O Brasil não aceitará interferências externas no funcionamento de suas instituições democráticas”, completou, em tom que dispensava interpretações.
A escalada da crise
A ofensiva americana contra os ministros ocorreu no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi novamente alvo de operação da Polícia Federal. A investigação, autorizada justamente por Moraes, determinou restrições duras: tornozeleira eletrônica, proibição de contato com diplomatas e veto a qualquer comunicação com outros investigados — entre eles, Eduardo Bolsonaro, que atua nos EUA em uma intensa campanha contra o STF.
Coincidência? Pouco provável. Fontes próximas ao Itamaraty descrevem o movimento como parte de uma ação coordenada por setores trumpistas americanos, em parceria com aliados de Bolsonaro, para tentar minar a credibilidade da Suprema Corte brasileira. “Trata-se de uma retaliação travestida de defesa da liberdade”, disse um diplomata brasileiro sob anonimato.
Marco Rubio, por sua vez, não disfarçou o teor político da medida. Em sua declaração, chamou Moraes de “líder de uma verdadeira caça às bruxas contra conservadores”, afirmando que “quem persegue vozes dissidentes em seu país não será bem-vindo nos Estados Unidos”.
Dos 11 ministros do STF, apenas André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram de fora da lista de sanções. A escolha dos nomes, segundo analistas, não foi por acaso: os três são vistos como menos críticos ao bolsonarismo e mais alinhados a pautas conservadoras.
A resposta do Planalto e os bastidores de uma tensão diplomática
No Palácio do Planalto, a reação foi imediata e coordenada. A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) foi categórica: “Uma afronta direta à soberania nacional e ao Judiciário brasileiro. A família Bolsonaro é responsável por mais esse vexame internacional no desespero de fugir da Justiça”. Em suas redes sociais, Gleisi apontou o dedo para o que chamou de “conspiração transnacional” contra as instituições brasileiras.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, também não economizou nas palavras. Em nota, afirmou que nenhum magistrado ultrapassou os limites constitucionais e que “nenhum expediente inidôneo ou ato conspiratório sórdido haverá de intimidar o Poder Judiciário de nosso país”.
Enquanto isso, nos bastidores da diplomacia, o Itamaraty estuda medidas de reciprocidade, que podem incluir a convocação do embaixador americano e até o endurecimento das relações bilaterais. Por ora, nenhuma ação formal foi tomada — mas o clima é de vigilância total.
Lula manda recado a Washington: “Não nos curvaremos”
Fechando a nota divulgada à imprensa, Lula foi direto: “O Brasil não se curvará a pressões externas. Seguiremos firmes na defesa do Estado Democrático de Direito. O país é maior do que qualquer crise ou tentativa de intimidação.”
A frase ecoou forte em Brasília — e, ao que tudo indica, também em Washington.
O que está por trás dessa nova ofensiva americana? Trata-se de uma questão diplomática, uma manobra política ou um capítulo ainda maior de uma disputa global por narrativas e poder? A resposta, por ora, está envolta em tensão. Mas uma coisa é certa: as relações entre Brasil e Estados Unidos nunca mais serão as mesmas após este sábado.
