URGENTE: Após 40 senadores assinarem impeachment, Moraes acaba d… Ver mais

“Apenas um voto”: bastidores do Senado entram em ebulição com ameaça de impeachment contra Alexandre de Moraes
Por trás das portas fechadas de Brasília, uma imagem tem circulado como pólvora: o rosto e o nome de 40 senadores estampados lado a lado, acompanhados de uma frase enigmática, quase provocativa — “Só falta 1.” Trata-se de uma peça de pressão política, cuidadosamente articulada, que revela mais do que aparenta à primeira vista: o jogo silencioso, e agora escancarado, pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Divulgada pelo líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), a imagem rompeu as barreiras do sigilo nos bastidores e caiu como uma bomba nos corredores do Congresso. A lista dos apoiadores — que por muito tempo se manteve discreta — foi exposta como uma espécie de ultimato: o Senado está a um passo de admitir formalmente a denúncia contra um dos ministros mais poderosos e controversos do país.
E não se trata apenas de um movimento simbólico.
De acordo com o regimento interno da Casa, são necessários 41 votos — maioria absoluta entre os 81 senadores — para que um pedido de impeachment de ministro do STF seja aceito e avance ao plenário. Com 40 nomes já escancarados, o jogo agora é de alto risco: encontrar esse último voto pode desencadear um processo histórico e sem precedentes na República recente.
Um clima de tensão crescente
A campanha, capitaneada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem como objetivo mais do que punir um magistrado: ela escancara o descontentamento de parte do Congresso com o protagonismo do Supremo nos últimos anos. Moraes, em especial, virou alvo preferencial por sua atuação firme em processos relacionados a atos antidemocráticos, redes de desinformação e a tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Comandando inquéritos sensíveis, como o das fake news e o das milícias digitais, Moraes tem sido descrito por críticos como um juiz que ultrapassa os limites da toga e age politicamente. Para seus defensores, no entanto, sua postura foi crucial para impedir que a democracia brasileira fosse atacada por dentro.
Mas no Senado, o clima é outro. A pressão aumentou. E com ela, o desconforto.
Uma imagem, muitos recados
A divulgação da lista não foi um mero acaso ou vazamento: foi uma jogada calculada. Internamente, senadores relatam incômodo com o uso de suas imagens numa campanha que beira o constrangimento público. Alguns, embora concordem com críticas à atuação do STF, hesitam em associar seus nomes a uma ofensiva que muitos consideram como institucionalmente perigosa.
A ideia por trás da exposição é clara: gerar efeito dominó. Ao mostrar que a maioria quase foi alcançada, a pressão se volta agora para os indecisos — e também para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que até o momento tem resistido em colocar os pedidos de impeachment em pauta.
Pacheco, defensor declarado da harmonia entre os Poderes, tem sido o principal freio para o avanço de qualquer processo dessa natureza. Mas, com o termômetro político subindo, sua postura poderá ser colocada à prova.
Chance real ou teatro político?
Apesar da movimentação ruidosa, especialistas em direito constitucional e analistas políticos divergem sobre a real possibilidade de o impeachment avançar. Embora os 41 votos necessários para a admissibilidade pareçam ao alcance, os 54 votos exigidos para a cassação definitiva — dois terços da Casa — ainda parecem um horizonte distante.
O temor de desgaste com o Judiciário, com a opinião pública mais moderada e até com setores econômicos pesa nas decisões dos senadores. Mas para a ala bolsonarista, o avanço da pauta tem um outro valor: manter a militância mobilizada, reforçar o discurso de perseguição e tensionar, ao máximo, a já delicada relação entre os Poderes.
Ecos de uma crise que não termina
A ofensiva contra Moraes marca uma nova escalada na guerra institucional que vem sendo travada nos bastidores do poder desde o fim das eleições de 2022. Agora, com nomes, rostos e números sobre a mesa, a disputa deixou de ser apenas jurídica ou política: tornou-se pessoal.
E a pergunta que ressoa pelos corredores do Senado é simples, mas carregada de suspense: quem será o 41º nome?
Enquanto isso, nos gabinetes refrigerados da Praça dos Três Poderes, um silêncio tenso domina. Porque todos sabem que, se esse último voto aparecer, o Brasil pode estar prestes a testemunhar uma ruptura histórica — e imprevisível.
