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Terminam as buscas pelas gêmeas Carolina e Luiza de 18 anos, elas estavam dent..Ver mais

Mistério em Florianópolis: o desaparecimento das gêmeas que parou a cidade — e o desfecho inesperado

Por um dia e meio, Florianópolis parou. Numa trama que parecia saída de um filme, duas jovens com deficiência intelectual desapareceram sem deixar vestígios. O que aconteceu durante as 24 horas seguintes manteve uma cidade inteira em suspense — até que o inesperado aconteceu.


O sumiço que começou em silêncio

Quinta-feira amanheceu como qualquer outra em Florianópolis. O céu limpo, a brisa leve de primavera e o barulho de carros compondo o cotidiano. Mas, em uma casa da capital catarinense, o silêncio gritava. Ana Carolina e Ana Luiza Kisner, irmãs gêmeas de 18 anos, não estavam em casa. E ninguém sabia onde poderiam estar.

A mãe, Daniela Kisner, percebeu o desaparecimento ainda nas primeiras horas da manhã. Chamou pelos nomes que conhecia tão bem — nomes que repetia há quase duas décadas — mas, desta vez, sem resposta. O que restava eram objetos deixados no caminho, pertences jogados no chão como peças de um quebra-cabeça ainda sem sentido.

As meninas, que têm deficiência intelectual, conheciam apenas trajetos curtos: de casa à escola, da escola ao mercado, e volta. Sempre juntas. Sempre sob vigilância. Por isso, o desaparecimento repentino acendeu um alerta não só na família, mas também nas autoridades.


As primeiras pistas e o clima de tensão

A Polícia Militar foi acionada e, em questão de horas, o programa SOS Desaparecidos entrou em cena. Cartazes foram impressos e distribuídos com urgência. As redes sociais explodiram em compartilhamentos. Fotos das meninas, com sorrisos inocentes e olhares puros, cruzaram timelines, celulares, e viraram assunto em grupos de bairro e aplicativos de mensagem.

Avistamentos começaram a surgir. Alguns diziam ter visto duas jovens parecidas nas imediações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mas nada era certo. Cada nova informação gerava esperança, seguida por angústia quando se provava inconclusiva.

Daniela, consumida pela preocupação, vasculhava as ruas próximas sozinha, na tentativa desesperada de encontrar qualquer sinal. “Onde vocês estão?” — perguntava em voz alta, enquanto os minutos se tornavam eternidades.


A cidade em alerta e o medo invisível

Enquanto as buscas se intensificavam, a tensão se espalhava. Bairros inteiros ficaram atentos. Policiais vasculharam terminais de ônibus, rodoviárias, praças e trilhas urbanas. O nome das meninas já não era desconhecido: eram, agora, um símbolo da fragilidade humana diante do imprevisível.

A pergunta que ninguém conseguia calar era: como duas jovens, com limitações cognitivas, poderiam ter desaparecido tão de repente, e por tanto tempo, sem que ninguém soubesse ao certo onde estavam? A cidade vivia um misto de medo e impotência.


O desfecho que ninguém esperava

Foi apenas na tarde de sexta-feira, mais de 24 horas após o desaparecimento, que o mistério começou a se desfazer. Um telefonema mudou tudo: as meninas tinham sido encontradas. Com vida. Em segurança. E o mais surpreendente — estavam sob os cuidados do Espaço Acolher Floripa, uma estrutura montada no antigo aeroporto da cidade, voltada para atender pessoas em situação de vulnerabilidade.

Funcionários do local relataram que Ana Luiza e Ana Carolina foram vistas nas proximidades da UFSC e acolhidas com cuidado. Embora desorientadas, estavam fisicamente bem. Um alívio.

Quando Daniela finalmente reencontrou as filhas, o choro veio antes das palavras. Um abraço apertado, que parecia querer recuperar todas as horas perdidas. Aquela imagem — mãe e filhas novamente juntas — transformou o pesadelo em uma lembrança amarga, mas com final feliz.


Reflexões que ficam

O desaparecimento das irmãs Kisner deixou lições importantes. Primeiro, sobre a vulnerabilidade de pessoas com deficiência intelectual e a necessidade de cuidados redobrados. Segundo, sobre a importância das redes de acolhimento e da solidariedade coletiva — que, neste caso, fizeram a diferença.

A cidade, que na véspera havia acordado mergulhada em aflição, dormiu em paz naquela noite de sexta. O barulho dos carros voltou a parecer comum, e o silêncio já não carregava o peso do medo.

Mas a lembrança daquele dia vai ecoar por muito tempo: a lembrança de como duas jovens sumiram misteriosamente e foram salvas pela união de uma comunidade inteira.