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Saiba que são as vitimas de avião que caiu e deixou 241 m0rt0s, entre ele est… Ver mais

O Voo que Nunca Alcançou os Céus: O Mistério do AI171

Ahmedabad, 13h39. O sol brilhava impiedosamente sobre a pista quando o Boeing 787 Dreamliner da Air India iniciou sua corrida. O voo AI171 tinha como destino final Londres. A bordo, 230 passageiros, 12 tripulantes e duas figuras centrais para aquela jornada: o comandante Sumeet Sabharwal, veterano dos ares com mais de 8 mil horas de experiência, e o jovem copiloto Clive Kunder, recém-formado nos EUA e considerado uma promessa da aviação civil indiana.

Nada indicava que aquele seria um voo diferente dos milhares que cruzam os céus todos os dias. Mas a calmaria duraria apenas segundos.

Trinta segundos. A linha entre o cotidiano e o horror.

Logo após a decolagem, o avião alcançou míseros 190 metros de altitude — um número muito abaixo do padrão esperado. Então, em um movimento abrupto e sem explicação, a aeronave começou a cair. Rápido. Silencioso. Implacável.

Do cockpit, apenas uma palavra emergiu, carregada de desespero:

“Mayday.”

Foi o último som transmitido. Depois, o silêncio absoluto. Nem uma resposta ao controle aéreo, nem mais sinal no radar. O Dreamliner simplesmente sumiu do céu — e, com ele, a esperança de 241 almas.

O impacto que paralisou uma cidade

Minutos após a perda de contato, moradores da região de Shahibaug, uma área densamente habitada de Ahmedabad, ouviram um estrondo que fez o chão tremer. O avião havia colidido com um bloco residencial e parte do refeitório do B.J. Medical College and Hospital, onde cerca de 80 estudantes almoçavam.

“O céu ficou escuro por um instante e, em seguida, uma luz tão intensa quanto uma explosão solar tomou conta do prédio”, relatou Darshna Vaghela, que ajudou nos primeiros socorros. As imagens que surgiram depois revelavam um cenário apocalíptico: estruturas reduzidas a cinzas, carros em chamas e destroços ainda quentes espalhados por ruas onde, até minutos antes, a vida seguia tranquila.

Cinco estudantes do campus universitário estão entre os mortos, segundo a reitora Minakshi Parikh. O número de vítimas pode crescer.

Rostos por trás da tragédia

Com o passar das horas, nomes começaram a emergir dos escombros. Entre os primeiros identificados estavam os membros da tripulação, incluindo a comissária Nganthoi Sharma Kongbrailatpam, cuja imagem sorridente de uniforme viralizou nas redes, contrastando com o luto de seus familiares.

O capitão Sabharwal era considerado um dos mais respeitados pilotos da Air India. Já o primeiro oficial Kunder estava em seu primeiro ano de operações internacionais. Suas trajetórias se cruzaram naquele voo — um encontro que jamais deveria ter terminado assim.

Um enigma a 190 metros do chão

A Direção Geral de Aviação Civil da Índia confirmou: após o “mayday”, não houve mais comunicação. Para especialistas, o silêncio repentino é um sinal crítico — algo catastrófico ocorreu em questão de segundos. Mas o quê?

Erros humanos, falha técnica ou sabotagem? Nada está descartado. A caixa-preta foi localizada e enviada para análise, mas as autoridades alertam: as investigações podem levar semanas. Enquanto isso, a ausência de explicações alimenta teorias — e o medo.

Entre as chamas, um sobrevivente

No meio do horror, um milagre. Um homem, identificado como Pranav, de 32 anos, foi resgatado dos escombros, ainda consciente. Com múltiplas fraturas, mas fora de perigo, ele se tornou a única voz que pode trazer respostas sobre os últimos segundos dentro da aeronave.

“Ele está em estado estável, mas profundamente abalado”, informaram os médicos do Hospital Civil de Ahmedabad. O que Pranav viu, sentiu e ouviu poderá ser fundamental para entender por que aquele avião jamais ganhou os céus.

O mundo em vigília

Enquanto escavadeiras trabalham dia e noite entre as ruínas e as famílias das vítimas enfrentam a dor devastadora da espera por respostas, uma coisa é certa: o voo AI171 não será esquecido.

Mais do que uma tragédia, ele se tornou um símbolo de fragilidade — de como, em segundos, uma jornada comum pode se transformar em um pesadelo.

E até que a verdade venha à tona, uma pergunta continuará ecoando como o último sussurro daquela cabine: por que um avião perfeitamente funcional caiu sem aviso, sem tempo e sem chance de salvação?