Polícia descobre que empresário seria concretado no buraco e o amigo a…Ver mais

Mistério em Interlagos: corpo de empresário é encontrado em vala prestes a ser selada com concreto, e polícia investiga crime premeditado
Por Redação | Atualizado em 14/06/2025
O que parecia ser apenas mais um dia comum de trabalho em uma obra no icônico autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, rapidamente se transformou em um cenário de mistério e tensão. Um funcionário da reforma desconfiou de algo estranho ao observar uma vala prestes a ser concretada. A princípio, pensou tratar-se de um boneco jogado ali por acidente. Mas o que ele e um colega descobriram logo em seguida revelou um enredo sombrio: o corpo de um homem havia sido cuidadosamente abandonado naquele espaço, pronto para desaparecer para sempre sob o concreto.
A vítima foi identificada como o empresário Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, de 42 anos, desaparecido desde o dia 3 de junho. Com uma aliança no dedo e sinais de violência no pescoço, o corpo estava parcialmente encoberto por entulhos, indicando uma tentativa calculada de ocultação. A cena chamou atenção da polícia, que agora trabalha com uma nova e preocupante linha de investigação: o assassinato teria sido premeditado e o corpo, deliberadamente escondido em um local que seria lacrado em poucos dias.
Segundo fontes próximas à investigação, tudo indica que quem abandonou o cadáver conhecia com exatidão o cronograma da obra. As autoridades consideram essa informação crucial: não se trata de um crime impulsivo, mas de um plano arquitetado para apagar qualquer rastro da vítima.
A movimentação suspeita no autódromo
As câmeras de segurança do local mostram que, no dia do desaparecimento, Adalberto entrou sozinho em uma área restrita do autódromo, ignorando barreiras e tapumes. Ele havia estacionado o carro do lado de fora e caminhado até o interior da zona interditada. O comportamento, que causou estranhamento entre os organizadores de um evento de motociclismo que acontecia ali, levou à atuação da equipe de segurança privada contratada para o evento.
Com cerca de 70 profissionais envolvidos na vigilância do local, o foco da polícia agora se volta para a equipe de segurança. Oito seguranças já prestaram depoimento, e mais testemunhos estão sendo colhidos. A hipótese mais forte, até o momento, aponta para um desentendimento grave entre o empresário e os agentes de segurança — um confronto que pode ter escalado para um desfecho fatal.
Contradições no depoimento de amigo
Outro ponto nebuloso da investigação envolve Rafael Albertino Aliste, amigo que estava com Adalberto no dia do desaparecimento. Em depoimento, Rafael afirmou que ambos haviam consumido cerveja e maconha antes de se dirigirem ao autódromo. No entanto, o laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) contradisse essa versão. Nenhuma substância entorpecente ou álcool foi detectada no corpo da vítima.
O laudo também revelou a causa da morte: asfixia por estrangulamento. Escoriações no pescoço de Adalberto reforçam a tese de que ele foi atacado violentamente antes de ter o corpo jogado na vala. Para a polícia, a combinação desses elementos — contradições nos relatos, tentativa de ocultação e conhecimento da rotina da obra — reforça a hipótese de homicídio com premeditação.
Uma vala, um silêncio e uma verdade prestes a emergir
O local escolhido para ocultar o corpo não foi aleatório. Segundo um trabalhador da obra, a vala onde Adalberto foi encontrado seria coberta com concreto no prazo de 48 horas. Se o corpo não tivesse sido notado a tempo, poderia nunca ter sido descoberto. Essa informação reforça a suspeita de que o autor — ou autores — do crime tinha acesso privilegiado a informações sobre a obra.
A polícia mantém o caso sob sigilo, mas os bastidores da investigação revelam um clima de apreensão. O sigilo, segundo os investigadores, é necessário para não comprometer as próximas etapas, já que novos nomes estão sendo investigados e diligências confidenciais ainda estão em curso.
O que motivou o crime?
Ainda não se sabe exatamente o que teria levado à morte do empresário. As motivações permanecem nebulosas. Há indícios de que Adalberto possa ter se envolvido em uma discussão acalorada com os responsáveis pela segurança do evento. Mas também surgem especulações sobre possíveis conflitos comerciais, segredos pessoais ou até mesmo vingança.
Enquanto familiares aguardam respostas e a sociedade acompanha o caso com atenção, a investigação entra em uma fase decisiva. Os laudos finais e os próximos depoimentos devem ser cruciais para desvendar o que realmente aconteceu naquela manhã silenciosa em Interlagos — e quem tinha interesse em fazer Adalberto desaparecer sob o concreto.
