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Homens suspeitos de roubar casa da família Bolsonaro são presos e dizem q…Ver mais

Mistério em Resende: invasão armada à casa de Rogéria Bolsonaro levanta suspeitas sobre motivação do crime

31 de agosto de 2025

RESENDE (RJ) — Um silêncio inquietante foi quebrado na noite do último domingo (24), quando uma residência aparentemente comum, em um bairro tranquilo de Resende, sul do Rio de Janeiro, se transformou em palco de um crime que ecoa até agora nos corredores do poder. A casa era de Rogéria Bolsonaro, ex-mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mãe dos parlamentares Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro. O que parecia ser um assalto rapidamente ganhou contornos mais complexos — e até hoje, seis dias depois, ainda levanta dúvidas sobre o que realmente aconteceu naquela noite.

Na manhã deste sábado (30), a Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou a prisão de dois homens suspeitos de participar diretamente do crime. Eles foram localizados no bairro Paraíso, também em Resende. Com os acusados, foram encontrados um revólver, munições, um simulacro de pistola, toucas ninjas, celulares, roupas usadas na ação criminosa e parte dos objetos roubados da família Bolsonaro. As prisões são resultado de uma investigação intensa da 89ª Delegacia de Polícia, que começou poucas horas após a ocorrência.

Mas o que parecia um simples roubo está longe de ser esclarecido. Por quê?

O crime que chocou o país

Na noite do crime, Rogéria Bolsonaro estava em casa com seus pais, ambos idosos, quando o grupo armado invadiu o imóvel. Eles foram rendidos e mantidos sob a mira de armas enquanto os criminosos reviravam cada canto da residência. Ninguém saiu ferido fisicamente, mas o trauma e a violência psicológica permanecem.

As câmeras de segurança da vizinhança e o rastreamento de veículos foram essenciais para avançar nas investigações. A polícia descobriu que pelo menos cinco criminosos participaram da ação. Os carros utilizados tinham placas furtadas, substituídas depois do crime por placas originais, numa tentativa de despistar os investigadores.

Um dos veículos foi encontrado abandonado, o outro foi localizado durante a operação que culminou nas prisões deste sábado. Apesar do avanço, três suspeitos continuam foragidos. Mas o que realmente chama atenção é a suspeita levantada pelos próprios familiares da vítima.

“Não foi só um roubo”

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho de Rogéria, foi direto em suas redes sociais: “Esse crime ainda está soando muito estranho pra mim. Tenho convicção de que não foi apenas um roubo”. Ele elogiou o trabalho da polícia, mas deixou claro que acredita haver algo mais por trás da ação criminosa.

A declaração acendeu o alerta: seria esse crime parte de algo maior? Um recado político? Um ataque direcionado? Ou apenas um roubo cuidadosamente planejado por criminosos atentos à fragilidade da segurança no interior fluminense?

Investigações seguem em várias frentes

Fontes próximas ao caso indicam que a polícia não descarta nenhuma hipótese. Há indícios de que o grupo já tenha praticado crimes semelhantes na região, o que poderia apontar para uma quadrilha especializada em invasões a residências de alto padrão. No entanto, o fato de a vítima ser ex-mulher de um ex-presidente e mãe de três políticos em atuação torna o caso sensível e politicamente delicado.

As diligências já ultrapassaram os limites do estado do Rio. Investigadores foram até São Paulo para tentar rastrear a rota de fuga dos criminosos e mapear conexões com outras ocorrências semelhantes.

Resende em alerta

A cidade de Resende, conhecida por seu clima pacato, foi tomada por um sentimento de insegurança nos últimos dias. A repercussão nacional do caso colocou as forças de segurança sob pressão, e autoridades locais prometem reforçar o policiamento e as investigações.

Moradores relatam preocupação e relatam aumento de ocorrências de furtos e invasões, especialmente em bairros residenciais. O episódio reacendeu o debate sobre a segurança pública longe das capitais, onde a presença do Estado é frequentemente mais tênue.

O que ainda falta descobrir?

Apesar das prisões e dos objetos recuperados, muitas perguntas permanecem sem resposta. Quem são os demais envolvidos? Qual era o real objetivo da quadrilha? E, principalmente, foi apenas um crime comum ou algo mais elaborado e direcionado?

Enquanto a Polícia Civil avança nas investigações e tenta montar o quebra-cabeça, o caso segue envolto em mistério. Os próximos dias serão decisivos para compreender a dimensão real do crime. Uma coisa, porém, já é certa: o assalto à casa de Rogéria Bolsonaro é mais do que uma ocorrência policial — é um episódio que toca nas feridas da política, da segurança pública e da sensação de vulnerabilidade que hoje assombra o interior do país.