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Espancamento em Elevador de Luxo Choca o País e Coloca o Feminicídio no Centro do Debate Nacional
Por trás das portas de um condomínio de alto padrão, o que parecia ser uma noite comum se transformou em um dos casos mais revoltantes de violência contra a mulher registrados nos últimos anos no Brasil.
No coração da zona Sul de Natal (RN), um elevador de luxo se tornou cenário de um crime brutal, flagrado por câmeras de segurança e que rapidamente ganhou repercussão nacional. O ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, de 33 anos, foi flagrado desferindo mais de 60 socos contra a própria namorada, uma jovem cuja identidade está sendo preservada.
O caso, ocorrido no dia 26 de julho, não apenas expôs a frieza do agressor, como também levantou uma nova onda de indignação diante do avanço da violência de gênero no país. A brutalidade do ato, gravada segundo a segundo, causou comoção e revolta nas redes sociais, nos noticiários e nos corredores do sistema de Justiça.
A transferência do agressor e o silêncio atrás das grades
Na manhã desta sexta-feira (1º), Igor foi transferido do centro de triagem da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para a Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim, na Grande Natal. A movimentação, embora rotineira dentro do sistema penitenciário, aconteceu sob tensão e vigilância.
A defesa do acusado tentou argumentar que ele corria riscos dentro da prisão e solicitou cela isolada. Mas a Seap foi categórica: Igor está em uma “ala de segurança adequada”, onde são adotadas medidas que garantem a integridade física dos detentos — inclusive aqueles cujos crimes provocam repulsa até entre os próprios presos.
“Todas as transferências seguem critérios rigorosos que consideram a segurança do sistema prisional, o perfil do custodiado e a necessidade de garantir a ordem e disciplina nas unidades prisionais”, diz a nota oficial divulgada à imprensa.
Desde sua prisão em flagrante, Igor dividia cela com outros detentos. Com a audiência de custódia realizada no último fim de semana, sua detenção foi convertida em prisão preventiva. Agora, ele deve responder por tentativa de feminicídio, segundo informou a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM).
Enquanto ele está preso, ela luta pela vida
Do lado de fora, longe das grades, a vítima trava uma batalha silenciosa — mas ainda mais dolorosa. Na mesma sexta-feira em que Igor foi transferido, a jovem agredida passou por uma cirurgia delicada no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). O procedimento visou reconstruir ossos do rosto destruídos pela violência impiedosa.
A gravidade das lesões é perturbadora: segundo o laudo do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, a vítima sofreu fraturas no complexo zigomático-orbitário, região que envolve as maçãs do rosto e a órbita ocular, e no côndilo mandibular, essencial para a articulação da mandíbula.
A cirurgia, iniciada por volta das 9h, foi considerada complexa e de longa duração. A equipe médica não deu previsão para o término e tampouco detalhou o quadro pós-operatório. “É um trauma de alta complexidade, com risco de sequelas funcionais e estéticas permanentes”, informou um dos especialistas envolvidos.
Um crime que ecoa e exige resposta
O crime cometido por Igor não é um caso isolado — e talvez por isso a revolta tenha sido tão imediata. Ele se junta a uma estatística estarrecedora: uma mulher é vítima de violência física a cada quatro minutos no Brasil, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Nas redes sociais, internautas exigem punição exemplar. Entidades de defesa dos direitos das mulheres se manifestaram com notas públicas e campanhas digitais exigindo agilidade da Justiça e atenção redobrada à proteção das vítimas. “Não podemos mais aceitar que o lar ou o relacionamento seja um lugar de risco para a mulher”, escreveu uma ONG em nota.
Especialistas em segurança e direitos humanos lembram que muitos casos semelhantes não chegam às manchetes — e muitos agressores seguem impunes. Para eles, esse episódio deve ser visto como um alerta urgente sobre a fragilidade das mulheres diante de relacionamentos abusivos.
Justiça à vista ou mais um caso esquecido?
Agora, com Igor atrás das grades e a vítima ainda sob cuidados médicos, a sociedade aguarda. A pergunta que ecoa é: este será apenas mais um caso no noticiário, ou se tornará um marco na luta contra o feminicídio?
A resposta, ao que tudo indica, virá com o tempo — e com a pressão da opinião pública.
Até lá, o elevador do condomínio de luxo permanece como símbolo silencioso de uma noite de horror. Uma lembrança de que, mesmo nos lugares mais protegidos, a violência pode acontecer — e precisa ser enfrentada com rigor, empatia e justiça.
