Após conseguir assinaturas pelo impeachment de Moraes, Nikolas comemora: “A tir…Ver Mais

Silêncio no Supremo, Pressão no Senado: A Batalha de Nikolas Ferreira Contra Alexandre de Moraes Chega ao Clímax
Por trás das portas fechadas do Congresso, um movimento ousado ganha força e ameaça reconfigurar o equilíbrio entre os Poderes da República. O alvo? Um dos nomes mais poderosos do Judiciário brasileiro: o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na manhã desta quinta-feira (7), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) anunciou, com ar de vitória e tom de urgência, um marco que promete acirrar ainda mais o clima político em Brasília: o alcance das 41 assinaturas no Senado Federal para o pedido de impeachment do ministro Moraes. O número não é aleatório — ele representa a maioria absoluta da Casa, o que, na prática, abre a possibilidade de tramitação do pedido.
“Senador Laércio (PE) acaba de se posicionar pelo Brasil e apoiar o impeachment de Moraes. Portanto, soma-se 41 assinaturas e temos maioria para admissibilidade da denúncia. Resta agora Alcolumbre receber a denúncia para dar início ao processo de impeachment”, publicou Nikolas, empolgadamente, em sua conta na rede X (antigo Twitter).
Mas o entusiasmo do jovem deputado é apenas a superfície visível de um iceberg que se desloca silenciosamente pelos bastidores do poder.
A Linha Tênue entre Justiça e Política
Por trás da movimentação de Nikolas está uma insatisfação crescente dentro da ala conservadora do Congresso. A atuação de Alexandre de Moraes à frente de inquéritos envolvendo figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro tem sido vista por parlamentares da oposição como uma interferência excessiva do Judiciário sobre temas políticos — ou, como dizem, um “ativismo judicial” que ultrapassaria os limites constitucionais.
Entre os senadores que assinaram o pedido estão nomes de peso da oposição, como Magno Malta (PL-ES), Rogério Marinho (PL-RN) e Eduardo Girão (Novo-CE). Todos alegam que Moraes estaria “usurpando funções” e conduzindo investigações com viés político, como bloqueios de perfis nas redes sociais, prisões preventivas controversas e inquéritos sigilosos considerados por eles como autoritários.
A frase “Em frente, a tirania cairá”, publicada por Nikolas, não foi escolhida ao acaso. Ela resume o tom épico e combativo que o deputado e seus aliados têm buscado imprimir ao movimento. Para eles, o que está em jogo vai além de um nome no STF — trata-se, segundo afirmam, da própria liberdade de expressão e da separação entre os poderes.
O Poder de Um Homem Só?
Apesar da pressão, a realidade jurídica impõe um obstáculo formidável: o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), é quem detém o poder de acolher — ou arquivar — o pedido. E até agora, Alcolumbre tem se mantido em completo silêncio, sem indicar qualquer sinal de que abrirá o processo.
Esse silêncio, aliás, começa a incomodar setores da oposição, que acusam o presidente da Casa de blindar o ministro e se omitir diante do “clamor popular”. Nikolas Ferreira, por sua vez, promete transformar esse desconforto em campanha: “Agora é com o povo. Vamos cobrar nossos senadores para que a vontade democrática seja respeitada”, escreveu.
Nos corredores do Congresso, aliados do governo e do STF reagem com ceticismo. Para eles, o pedido de impeachment é mais uma manobra política — sem base jurídica sólida e fadada a seguir o mesmo destino de dezenas de outras solicitações que já foram arquivadas ao longo dos anos. Mas, desta vez, o número de assinaturas pode dificultar uma resposta simples.
Alexandre de Moraes: A Calma Antes da Tempestade
Enquanto isso, o ministro Alexandre de Moraes mantém-se em seu tradicional mutismo diante das pressões políticas. Não é de hoje que ele evita comentar assuntos fora dos autos, e desta vez não é diferente. Em meio ao furacão que se forma, ele permanece calado — mas atento.
Na próxima semana, Moraes estará no centro de mais um julgamento polêmico envolvendo aliados do ex-presidente Bolsonaro. A expectativa é que as decisões venham acompanhadas de novos protestos da base bolsonarista — e, quem sabe, novos capítulos dessa disputa que parece longe de terminar.
Um Jogo de Xadrez em Brasília
O que está em jogo não é apenas um processo de impeachment. É o equilíbrio entre os Três Poderes. O embate entre Legislativo e Judiciário vem ganhando contornos cada vez mais agudos, com ataques diretos, pressão popular, manifestações nas redes sociais e bastidores em ebulição.
Nikolas Ferreira pode ter conquistado uma vitória simbólica com as 41 assinaturas. Mas a batalha verdadeira — e mais imprevisível — começa agora: conseguirá ele romper o cerco político no Senado e abrir caminho para o que seria o processo de impeachment mais explosivo da história recente do país?
Por enquanto, o tabuleiro está montado. As peças se movem. E o Brasil assiste, mais uma vez, ao suspense que só a política nacional consegue oferecer.
