Garoto de 9 anos fala após tirar vida da mãe e revela motivo: “Ela…Ver mais

“Ele só perguntou se ela tinha morrido”: Tragédia em São Paulo choca o país e expõe o silêncio das infâncias esquecidas
São Paulo, 2 de outubro de 2025
Naquela quinta-feira à noite, o bairro Balneário São José, na zona sul de São Paulo, parecia viver mais um de seus momentos comuns. O som das TVs ligadas, o barulho distante do trânsito e o silêncio típico das ruas já escuras marcavam o ritmo da vizinhança. Até que um grito rompeu a rotina.
E com ele, uma verdade aterradora emergiu: um menino de apenas nove anos havia esfaqueado a própria mãe no pescoço. O golpe foi certeiro. E fatal.
Caline Arruda dos Santos, de 37 anos, morreu poucos minutos depois, deixando não só uma família em colapso, mas também uma cidade inteira em estado de choque. O motivo? Um detalhe que beira o absurdo: ela o teria feito sair na chuva.
Mas se o ato já era perturbador por si só, o que mais espantou foi a forma fria e quase indiferente com que o garoto explicou o que havia feito. Palavras simples, diretas, e sem qualquer sinal de arrependimento. O Brasil inteiro ouviu, estarrecido:
“Eu furei minha mãe.”
Minutos antes do horror
O menino estava na casa do ex-padrasto, Juracir, quando Caline chegou para buscá-lo. Era por volta das 21h. Tudo parecia calmo. Eles trocaram algumas palavras, e o garoto foi chamado pela mãe. Mas algo estava diferente naquela noite.
Segundo relatos, o menino foi até a cozinha, pegou uma faca grande e escondeu sob as roupas. Quando se aproximou da mãe, não hesitou: com um único golpe, atingiu o pescoço de Caline, que caiu imediatamente.
Juracir, em desespero, tentou socorrê-la, levando-a ao hospital mais próximo. Mas já era tarde. Caline não resistiu.
“Tia, deu tempo de salvar a Caline?”
Enquanto o ex-padrasto corria contra o tempo, a vizinha — que é também prima de Juracir — ficou encarregada de cuidar da criança. Ela não sabia ainda o que havia acontecido. E muito menos estava preparada para o que ouviria logo depois.
“Coloquei ele para dormir, tentando acalmá-lo. Foi quando ele me perguntou com naturalidade: ‘Tia, deu tempo de salvar a Caline?’ Eu disse que não. E ele simplesmente ficou em silêncio… depois comentou que estava com dor de dente”, relatou, ainda abalada.
Na tentativa de entender se ele compreendia a gravidade do que havia feito, ela perguntou:
— Você sabe o que aconteceu com sua mãe?
— Sim. Eu furei ela.
Quando questionado se estava com medo, apenas balançou a cabeça, negando.
Raiva infantil ou dor invisível?
Segundo a vizinha, o menino justificou o ato com uma frase chocante:
“Ela me fez sair na chuva. Eu fiquei com muita raiva.”
Não havia remorso. Não havia lágrimas. Apenas uma confusão emocional difícil de mensurar.
Para o ex-padrasto, o menino demonstrava resistência em voltar com a mãe. Juracir chegou a sugerir que Caline o deixasse dormir ali e que conversassem no dia seguinte. Mas antes que qualquer acordo fosse feito, a tragédia aconteceu.
“Ela chegou, ele pegou no braço dela. Foi questão de segundos. Ele já voltou com a faca e deu um golpe só. Ela caiu na hora”, contou.
Ecos de uma infância esquecida
O caso ganhou repercussão nacional. Psicólogos, educadores e assistentes sociais passaram a debater, com urgência, o que pode ter levado uma criança de nove anos a agir com tamanha violência.
“Esse não é um ato isolado. É resultado de uma série de fatores: ambiente familiar, negligência emocional, possíveis traumas, e a falta de acompanhamento psicológico adequado. Nenhuma criança age assim do nada”, afirma a psicóloga clínica infantil Daniela Lopes.
A tragédia também levanta questionamentos sobre como a sociedade tem lidado com os sinais de sofrimento psíquico na infância. Quantas outras crianças estão sofrendo em silêncio, sem que ninguém perceba?
Quando o lar se torna campo de batalha
No fim daquela noite, o bairro que parecia tranquilo virou palco de um crime que ninguém queria acreditar. A imagem do menino de nove anos — ainda em idade escolar — tirando a vida da mãe com frieza e sem compreensão real da morte, se tornou um símbolo de alerta.
Moradores, parentes e até profissionais de saúde mental estão tentando entender como isso foi possível. E, mais importante: como evitar que aconteça de novo.
Enquanto isso, o silêncio que voltou a pairar sobre o Balneário São José já não é o mesmo. Ele carrega o peso de uma dor que não se explica — e de um grito que ninguém ouviu a tempo.
