Notícias

Após voto de Fux ao seu favor: Bolsonaro acaba de descobrir que sua f… Ler mais

Declaração de Ministro do STF Gera Reviravolta no Caso Bolsonaro e Coloca Supremo em Xeque

Por um instante, tudo parou em Brasília. Uma frase — apenas uma — bastou para acender o estopim de uma nova crise entre os Poderes da República. A afirmação veio de onde poucos esperavam: do ministro Luiz Fux, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou nesta quarta-feira (10) enxergar “incompetência absoluta” da Corte para julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo relacionado à suposta tentativa de golpe de Estado.

A reação foi imediata. Em menos de 24 horas, o comentário solitário de Fux reverberou pelos corredores do Congresso, invadiu as redes sociais e alimentou a esperança de aliados do ex-presidente, que agora veem uma chance concreta de anular o julgamento que ameaça o futuro político de Bolsonaro.

Mas o que está realmente em jogo?

A Brecha que Pode Virar Tormenta

Nos bastidores, a fala do ministro foi recebida como uma senha — uma brecha jurídica com potencial de abalar todo o edifício construído até agora em torno das investigações. Isso porque, ao declarar a possível “incompetência absoluta” do STF para conduzir o caso, Fux lançou dúvida sobre a legitimidade de todo o processo.

A “incompetência absoluta”, no jargão jurídico, não é uma expressão qualquer. Significa que, se confirmada, todos os atos processuais realizados até o momento — inclusive decisões, oitivas e medidas cautelares — podem ser anulados. A narrativa bolsonarista, que acusa o Supremo de extrapolar seus limites constitucionais, ganhou fôlego novo.

Filhos em Campo, Estratégia em Movimento

Flávio Bolsonaro, senador e filho do ex-presidente, não perdeu tempo. Em entrevista à imprensa, afirmou que a declaração de Fux “confirma o vício processual” e exige a remessa imediata do caso à instância apropriada — no caso, a Justiça comum, já que Bolsonaro não possui mais foro privilegiado desde que deixou o cargo.

Carlos Bolsonaro, vereador do Rio, ecoou a crítica. Foi além: classificou o julgamento como “uma afronta às garantias constitucionais”, sustentando que o STF jamais deveria ter assumido o caso.

Nos corredores do Congresso, deputados da base bolsonarista se mobilizam para ampliar a pressão institucional. A meta é clara: deslegitimar a competência da Suprema Corte e transferir o caso para o primeiro grau da Justiça.

No Xadrez Jurídico, Cada Peça Conta

Advogados do ex-presidente preparam petições formais com base no argumento da nulidade absoluta. O plano é simples, mas ousado: se o Supremo não é competente, tudo o que foi feito até agora precisa ser invalidado. Um verdadeiro “reset” processual.

Contudo, especialistas ouvidos por nossa reportagem alertam: a fala de Fux, embora poderosa, ainda é isolada. Para que produza efeitos concretos, precisaria ser referendada por outros ministros da Corte, algo que, por ora, parece improvável. O STF tem sustentado, ao longo dos últimos anos, que crimes contra a democracia, especialmente se praticados por figuras de grande influência, podem sim ser julgados pela Corte — mesmo sem foro.

Uma Jogada Política ou Defesa Constitucional?

Críticos da ex-presidente enxergam nessa nova ofensiva mais do que um movimento jurídico: tratam como uma tática política, planejada para desacreditar o Judiciário, desacelerar as investigações e manter viva a narrativa da perseguição. O discurso de “vítima do sistema” tem sido, aliás, uma das estratégias centrais de Bolsonaro para manter sua base mobilizada.

A postura do Supremo, por sua vez, será testada. Recuar pode sugerir fragilidade. Avançar pode alimentar ainda mais a retórica de parcialidade.

O Que Está Por Vir?

O caso, que já era explosivo, se aproxima agora de uma bifurcação decisiva. De um lado, os que veem na declaração de Fux uma oportunidade de revisar os rumos do processo. De outro, aqueles que alertam para o risco de enfraquecer as instituições em nome de conveniências políticas.

O desfecho ainda é incerto — mas uma coisa é clara: a frase do ministro Fux mudou o jogo. E agora, com peças se movendo em todas as direções, o tabuleiro da política brasileira volta a ser palco de tensão máxima.

O Supremo resistirá à pressão? Bolsonaro conseguirá reverter o processo? Ou o episódio será apenas mais um capítulo no enredo já caótico da política nacional?

A resposta, como tudo em Brasília, dependerá do próximo movimento.