Notícias

William Bonner choca o público ao revelar atitude de Eduardo Bolsonaro no Jornal Nacional: “Ele ofer…Ver Mais

Sombra Diplomática: Visita de Eduardo Bolsonaro aos EUA Acende Alerta no Planalto e Gera Onda de Reações

Por trás de encontros discretos e falas ambíguas, um movimento silencioso começa a reverberar nos bastidores da política brasileira — e não passou despercebido pelo Jornal Nacional.

Na noite de quarta-feira, 16 de julho, um trecho aparentemente corriqueiro da edição do JN explodiu nas redes sociais, como uma fagulha em pólvora seca. O jornalista William Bonner, em tom mais grave do que o habitual, destacou declarações do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), captadas pela correspondente da Globo em Washington, Raquel Krähenbühl.

A reportagem trouxe imagens de Eduardo caminhando pelas imediações da Casa Branca. Ao ser abordado por Raquel, ele foi direto: estaria em solo americano a convite de representantes do governo dos Estados Unidos para “atualizá-los” sobre o que chamou de reações do povo brasileiro às tarifas recém-impostas por Washington sobre produtos brasileiros — taxas que chegam a 50% e que, segundo Eduardo, estariam relacionadas às decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Mas foi o que veio depois que acendeu os alertas.

A fala que gelou a redação

Bonner, nitidamente surpreso com o teor das afirmações, interrompeu a sequência da reportagem para destacar: Eduardo Bolsonaro não apenas pareceu justificar as duras medidas comerciais contra o Brasil, como também insinuou que elas seriam uma espécie de resposta internacional a uma “perseguição” que, em sua visão, ocorre no país.

O mais inquietante, no entanto, veio com o uso de uma palavra que repercutiria fortemente: “alavanca”.

“Provavelmente o Trump vai apertar outras alavancas”, disse Eduardo, tentando distanciar-se de qualquer representação oficial, mas lançando no ar uma insinuação poderosa e ambígua. Questionado sobre que tipo de alavancas seriam essas, desconversou: “Aí é uma posição dele, né?”

A fala, aparentemente vaga, foi suficiente para gerar uma onda de reações no meio político e diplomático. Alavancas? Pressões? Interferência externa? O que Eduardo Bolsonaro quis dizer exatamente?

Indícios de uma estratégia velada?

Nos corredores do Congresso Nacional, as reações foram imediatas. Parlamentares da oposição criticaram duramente a atitude do deputado licenciado. “Gravíssimo”, “irresponsável” e até “antipatriótico” foram alguns dos adjetivos usados.

Para muitos, Eduardo estaria agindo nos bastidores como uma ponte informal com setores do trumpismo nos EUA, numa tentativa de gerar pressão internacional contra instituições brasileiras — sobretudo o Supremo Tribunal Federal, que atualmente conduz uma série de investigações contra Jair Bolsonaro, seu pai.

O Palácio do Planalto, por enquanto, opta pelo silêncio público. Mas fontes ouvidas sob condição de anonimato descrevem o episódio como “delicado” e “potencialmente perigoso”. Há uma preocupação crescente de que falas como essa coloquem em xeque a soberania do Brasil e possam deteriorar relações diplomáticas com os EUA, que hoje vivem um momento de transição política em ano eleitoral.

Trump, PIX e tensões crescentes

O pano de fundo dessa visita tem ainda outros elementos que aumentam a tensão. Recentemente, Donald Trump — favorito nas primárias republicanas — voltou a manifestar apoio público a Jair Bolsonaro, chegando a pedir que Alexandre de Moraes “cesse imediatamente” as investigações contra o ex-presidente brasileiro. Um gesto incomum, que muitos interpretam como ingerência em assuntos internos de outro país.

Além disso, em um evento recente nos EUA, Trump também teceu críticas ao sistema PIX, tecnologia brasileira amplamente elogiada no cenário internacional. O comentário foi mal recebido pelo governo brasileiro e levou o presidente Lula a declarar, de forma firme: “Ninguém vai mexer com a soberania brasileira.”

Diplomacia paralela ou afronta institucional?

A grande questão que agora paira no ar é: qual o verdadeiro papel de Eduardo Bolsonaro nessa movimentação?

Mesmo afastado formalmente do cargo de deputado, ele parece agir como articulador de uma espécie de diplomacia paralela, fora dos canais oficiais, mas com objetivos bastante claros — influenciar a percepção do Brasil no exterior e, possivelmente, enfraquecer o apoio internacional às instituições democráticas do país.

Se é apenas uma jogada política ou o início de algo mais articulado, ainda é cedo para afirmar. Mas os desdobramentos prometem movimentar os próximos dias, tanto em Brasília quanto em Washington.

O que se sabe, por ora, é que a simples menção a “alavancas” por um parlamentar brasileiro, no contexto atual, não soa como uma metáfora inofensiva — e sim como um alerta vermelho que ninguém pode ignorar.