Caso Adalberto: Policiais ficam chocados ao descobrir que o corpo do empresário seria t… Ver mais

Mistério em Interlagos: empresário aparece morto em buraco de obra e polícia investiga se foi execução silenciosa
O que deveria ser um dia comum de diversão e motores roncando no icônico Autódromo de Interlagos se transformou em um quebra-cabeça sinistro que parece saído de um roteiro de suspense. Em meio a motos potentes, fãs de velocidade e clima festivo, um crime brutal pode ter acontecido longe dos olhos das quase 200 pessoas que trabalhavam no local. No centro do mistério, o corpo do empresário Adalberto Amarilio Junior, 42 anos, foi encontrado em um buraco de obra numa área restrita do complexo esportivo — sem calça, sem tênis e com sinais de violência que desafiam explicações simples.
Agora, investigadores tentam montar peça por peça uma narrativa que, até aqui, levanta mais perguntas do que respostas.
De um dia animado ao silêncio absoluto
Era 30 de maio. Adalberto estava no evento de motociclismo com amigos e, segundo testemunhas, se despediu no início da noite, dizendo que iria buscar o carro e depois jantar com a esposa. Às 19h48, ele chegou a enviar uma última mensagem para ela. Depois disso, silêncio. Às 21h12, a esposa respondeu — mas a mensagem nunca foi entregue. O celular de Adalberto já estava desligado.
Na manhã seguinte, o sumiço já parecia incomum. Dias depois, o desfecho: o corpo foi localizado num buraco de obra escondido entre estruturas metálicas de Interlagos, numa área em tese inacessível ao público. O local não tinha iluminação e era usado para serviços técnicos. Ninguém soube explicar como ele foi parar ali.
Marcas no corpo sugerem luta e possível sufocamento
Apesar da hipótese inicial de acidente, os primeiros exames do Instituto Médico Legal indicam que Adalberto sofreu escoriações no pescoço e compressão no tórax — sinais que remetem a estrangulamento ou sufocamento violento. Fontes ligadas à investigação afirmam que os ferimentos são incompatíveis com uma simples queda ou mal súbito.
A suspeita? Adalberto pode ter sido contido por alguém com uso de força física extrema. Um detalhe chamou ainda mais atenção: os peritos coletaram material sob suas unhas, possivelmente pele de outra pessoa — indício de uma luta corporal antes da morte.
Caminho alternativo pode ter sido armadilha fatal
O carro do empresário estava estacionado numa área não autorizada do autódromo, longe do público geral. A principal linha de investigação sugere que, para evitar pagar estacionamento, ele tentou cortar caminho por trás das estruturas técnicas — uma região que ele conhecia bem por já ter participado de competições de kart no local.
Mas alguém pode ter cruzado seu caminho. Segundo a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios de São Paulo, há indícios de que ele tenha sido abordado, possivelmente por um segurança ou funcionário da área restrita. Um confronto físico pode ter ocorrido, resultando na morte por sufocamento acidental ou intencional. O corpo, então, teria sido ocultado.
Cena limpa demais para um acidente
O detalhe mais desconcertante: Adalberto estava parcialmente despido da cintura para baixo. Os investigadores não descartam que a retirada das roupas tenha sido uma tentativa de despistar a polícia, simular violência sexual ou simplesmente humilhar a vítima. A hipótese de assalto perdeu força, já que pertences de valor foram encontrados com ele.
Sangue no carro e um enigma a mais
Peritos encontraram manchas de sangue em quatro pontos do carro de Adalberto, estacionado próximo ao autódromo. A origem do sangue ainda é desconhecida e poderá ser crucial para fechar o cerco sobre o responsável. A suspeita de que ele teria sido dopado com a droga “boa noite, Cinderela” foi praticamente descartada após análises preliminares, que não encontraram substâncias entorpecentes no organismo.
Tecnologia 3D e depoimentos sob lupa
A polícia civil agora utiliza tecnologia de reconstrução 3D para mapear, passo a passo, o trajeto do empresário dentro do complexo de Interlagos. O objetivo é descobrir com precisão onde ele foi visto pela última vez e como poderia ter sido interceptado.
Mais de 180 profissionais de segurança atuaram no evento naquela noite. Pelo menos sete já foram ouvidos, e a polícia pretende interrogar metade deles. A meta: identificar contradições, omissões ou movimentações suspeitas no horário do crime.
E o mistério continua…
À medida que os laudos finais se aproximam — incluindo toxicológico, necroscópico e o DNA do sangue encontrado — a tensão cresce entre os investigadores. O caso, que começou com ares de tragédia isolada, já é tratado como possível homicídio qualificado.
Quem matou Adalberto Amarilio Junior? Por quê? E, sobretudo, como é possível que alguém tenha sido assassinado e ocultado no coração de um dos espaços esportivos mais famosos do país, sem que ninguém notasse?
O Brasil acompanha atento. A resposta pode estar a poucos passos — ou a um silêncio conveniente — de distância.
