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Tristeza e dor: Comunicamos a M0RTE da querida Letícia Piovezani, ela n… Ver mais

Silêncio em Itapema: a partida inesperada da “Frozen da vida real” comove o país

Na manhã desta quinta-feira, 12 de junho, um silêncio incomum pairou sobre as ruas normalmente vibrantes de Itapema, litoral catarinense conhecido por suas águas calmas e turistas sorridentes. Mas naquele dia, nem o mar parecia saber como reagir. Uma notícia rompeu a serenidade da cidade com a força de um trovão em céu limpo: Letícia Piovezani, a mulher que parecia ter saído diretamente de um conto de fadas, foi encontrada sem vida em sua residência. Aos 35 anos, a mulher que encantava com fantasia, voz doce e olhar acolhedor, sofreu um infarto fulminante. E, assim, partiu – tão repentinamente quanto vivia, sempre surpreendendo.

A princesa que andava entre nós

Quem via Letícia pelas ruas ou em festas infantis jamais imaginaria o desfecho que se anunciaria. Vestida como Elsa, personagem icônica do filme Frozen, ela se tornou símbolo de alegria em Itapema. Não era apenas uma artista de eventos. Letícia era a própria personificação da esperança para muitas crianças – e adultos – que viam nela mais do que uma mulher fantasiada: viam magia em carne e osso.

Mas Letícia era bem mais do que um personagem da Disney trazido à vida. Era mãe de dois meninos, Pietro e Felipe, de 14 e 12 anos. Filha de Junior Piovezani, conhecido como “Júnior da Brahma”, e de Marise Ferreira. Era também uma mulher engajada socialmente, que em 2020 tentou uma vaga na Câmara Municipal de Itapema, movida pelo desejo de fazer mais do que espalhar alegria: ela queria mudanças reais, concretas, para sua comunidade.

Quando a fantasia encontra o real

Ninguém esperava. Não houve alertas, nem indícios. Letícia estava em casa quando seu coração falhou – um colapso silencioso, súbito, que não deu tempo a nada. A notícia caiu como uma bomba na cidade e ecoou para além das fronteiras catarinenses, alcançando sua terra natal, Assis, no interior paulista, onde familiares organizam agora o traslado do corpo para o sepultamento.

A voz embargada da madrasta Thassy, em entrevista ao Portal AssisCity, resumiu a dor de uma cidade inteira:
“Perdemos a nossa menina sorriso. Ela era luz onde passava. Estamos despedaçados.”

E não é exagero. As redes sociais rapidamente se transformaram em um memorial vivo. Vídeos, fotos e homenagens tomaram conta dos perfis ligados a Letícia. Mensagens emocionadas descrevem-na como “uma estrela disfarçada de gente” e “a princesa que realmente existia”.

Um adeus que ninguém queria dar

O velório está sendo organizado em Itapema e, em seguida, Letícia será levada para Assis, onde será sepultada no Cemitério Municipal. Amigos, familiares e admiradores aguardam para dar seu último adeus, enquanto tentam compreender como alguém tão cheia de vida pode ter partido de forma tão brusca.

E é difícil compreender. Difícil aceitar. Porque Letícia não era apenas uma figura pública ou uma animadora de festas. Ela era um elo invisível que unia a fantasia à realidade, lembrando diariamente que a vida pode – e deve – ter seus momentos de encanto, mesmo quando tudo parece escuro.

Entre a dor e a lembrança

Letícia viveu intensamente, como quem sabe que o tempo é curto – mesmo sem saber. Tinha uma doçura nos gestos, uma alegria contagiante que escapava do figurino azul e da trança loira. Em tempos de tanto cansaço emocional, sua figura era como um sopro de ar fresco. E agora, sua ausência deixa um vazio que nem mil histórias infantis seriam capazes de preencher.

Os filhos, agora órfãos de mãe, enfrentam um futuro que nunca imaginaram. Mas também herdam o legado de uma mulher que não teve medo de sonhar – nem de fazer os outros sonharem.

Um conto interrompido

Letícia Piovezani não teve o “final feliz” dos contos que costumava representar. Sua vida foi interrompida antes do tempo, sem explicações, sem roteiros. Mas como nas grandes histórias que marcam gerações, o que importa não é como termina, mas o impacto que deixa. E nesse ponto, Letícia venceu.

Ela tocou vidas. Levou alegria. Representou uma ideia rara nos dias de hoje: a de que gentileza, empatia e sonho ainda podem andar pelas ruas – e até usar vestidos azuis brilhantes.